terça-feira, maio 18, 2010

18 de maio de 2010

Quanto riso, oh quanta alegria! 

0:05h do dia 18. Gente, nem de leve vocês podem imaginar o que estou sentindo.

Lembro-me quando tinha dez anos e pensava no ano 2000, era algo de tão irreal.

Hoje, 18 de maio de 2010, completando 80 anos, podendo falar com todos de uma só vez, acreditando que ainda não é o fim, ainda me lembrando, não só do nome, mas da essência de cada um,  plantando árvores, encomendando plantas, sabendo rir ou chorar, dependendo das circunstâncias, contando causos, viva, amando, acreditando num futuro, ainda que desconhecido, como poderei descrever essa Déa?

A pessoa mais abençoada por Deus.

Só não sei de onde vem tanto merecimento. . .

 

1:10h do dia 18. Nasci às 8:10h. A parteira já deveria ter sido avisada. Minha mãe, com algumas contrações, nem por sonho imaginava QUEM estava chegando.

Eis que, depois de muitas dores, surgiu um bebezão, careca, zoiuda, de olho muito azul, determinada a viver e ser feliz. Após quatro frustrações, desconfio que, junto a minha oportunidade, somei a alegria dos dois. Nasci em berço de ouro, literalmente. Meu pai era fazendeiro de café. Alguma coisa, que ainda hoje foge a meu conhecimento, acontece naquele ano de 1930, vem a crise do café e ele perde tudo. Ou quase tudo, sempre restava eu.

31, 32, 33, 34, 35, eis que chega 36. Outra vez, após outras tantas frustrações, chega Léo, o décimo.

Uma imposição de minha mãe, "Há de ser homem, parecido comigo e sobreviverá"

De bruxa para bruxa, tudo aconteceu.

Minha mãe foi uma grande mulher e, mais ainda, grande mãe.

Você conhece Brasilina, respeitando as limitações, elas se parecem.

O mundo pode estar de cabeça para baixo, mas enquanto eu puder, os meus estarão de cabeça para cima.

Assim foi até sua morte, quando eu já tinha 22 anos.

Pasme!

Pensa que minha sorte mudou?

Nada disso, Deus já havia providenciado um Antonio Conti para assumir o cargo.

Desde então, guiada pela mesma batuta, lá vim eu.

Cá estou, 80 anos, sete filhos, quatorze netos, cinco bisnetos, com os agregados, juntamente aos desagregados, guardados com carinho em meu coração, sempre somando, jamais diminuindo, ainda que possa parecer o contrário, feliz da vida como aquele bebê que chegou num 18 de maio em 1930.

Um comentário:

dea mãe disse...

Só posso agradecer,uma vez mais,ter uma filha assim