quinta-feira, dezembro 14, 2006

Também tenho uma janela...


Inspirado em poema do Velho Pai, aqui.
Posted by Picasa

2 comentários:

Dea Conti disse...

Embora não tenha gostado do que diz a mensagem, pois você sem a sua risada não é você, amei a veia poética: ficou lindo!

Anônimo disse...

Gostei de sua janela, 'la vie en rose" é o máximo - um luxo! Mas me preocupa esse seu não saber mais viver - ou, pelo menos, o seu ter essa impressão.

Que fossa é essa? Há alguns dias encontrei uma mulher que foi paciente do meu pai há anos (lá nos idos 67) ela me contou histórias e disse que mãe estava mais saltitante do que ela. "Às vezes", disse ela "minha mãe entra numas de querer se deprimir, então a gente fala pra ela: O mãe, segura aí, se você não dá o exemplo, como vamos nos segurar com essa idade toda que já temos...???"

Já pensou? Tadinha da véinha. Já nos seus 90 e cacetada e tem de dar exemplo. Você é assim também, sabia?

Exemplo. A gente vai ficando velha e vai aprendendo a se defender, a reclamar, a brigar, a dar, a fazer carinho, a se render, a resmungar... Assim vamos envelhecendo com conhecimento, com experiência.

Agora, se você vem com essa de saudade das gargalhadas, esquecimento de como viver, como vamos fazer? Onde vamos nos espelhar? E as crianças? As meninas? Já pensou na Fafá sem tua gargalhada? A Aline sem os teus afagos e mimos? A Wendy sem a tua sabedoria culinária e peças perdidas??? O He, sem o teu carinho? Já pensou na Deinha sem a tua saúde?

Já pensou, mãe, em mim, sem o teu saber viver tão bem?

Sai dessa, Dona Déa, vamos programar esse Natal que está muito michuruco e já é dia 14! A gente tá sem dinheiro (eu tô sem um puto e parece que tá muita gente assim). Além de não ter dinheiro a gente ainda vai ter de encarar um Natal sem risadas? Sem broncas e sem bagunça?
E o que vem depois?????????????????????
Ano Novo na cama às dez???
É o que faltava.

Eu te amo, viu? Fica triste não. Lembra que eu só tenho 50 anos (quase 51, é verdade), preciso de você.
Veja como Olavo Bilac diz o que quero dizer:

"Olha estas velhas árvores, mais belas
Do que as árvores moças, mais amigas,
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas...

O homem, a fera e o inseto, à sombra delas
Vivem, livres da fome e de fadigas:
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E os amores das aves tagarelas.

Não choremos, amigo, a mocidade!
Envelheçamos rindo. Envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem,

Na glória de alegria e da bondade,
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem!"


Super beijão